30.8.15

Andando sobre as nuvens...

Olá Pessoal!!
Vocês estão lembrados que comentei sobre a primeira vez que andei de avião? Pois é, vou contar melhor para vocês como tudo aconteceu e como me sentir...
Bem eu marquei uma consulta no Hospital Sarah Kubitschek de Brasília, para fazer um check up completo, que há anos não faço, pra saber melhor como estou e o grau da lesão da médula. Pra isso precisava ir até lá, ir de ônibus sozinha é muito complicado e cansativo, um percurso muito longo, então era necessário que fosse de avião.
Começava aí o dilema, como pagar a passagem? Descobrir que existe um programa do Governo Federal que paga as passagens área para pessoa fazer o tratamento fora domicilio, chamado de TFD, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e com ajuda de custo, entrei com toda a documentação necessária e abrir o processo. Graças a Deus, meu processo passou pela junta médica e eles aprovaram a passagem pra Brasília. 
Como sou uma pessoa ansiosa por natureza, comecei a pesquisar como era à  viagem de avião, pesquisei na internet e entre os amigos mais próximos que já tinham passado pela experiência, cada um que me dizia uma coisa, uns diziam que era maravilhoso que iria passar tão rápido que nem iria sentir, outros faziam o maior terrorismo, dizendo que eu iria sentir incomodo nos ouvidos, que se tivesse chovendo era pior, que isso ou aquilo.
Com isso comecei a ficar apreensiva, sem conseguir dormir direito, com medo e ansiosa, quando chegou no dia eu orei antes de sair de casa, orei quando cheguei no aeroporto, orei no avião e durante a viagem. Mas pra ser sincera foi incrível, maravilhoso, você não sente nada, viajei pela TAM, tratamento VIP, super bem cuidada e mimada. Tive de tudo na primeira vez que voei, turbulência, arremetida, mulher passando mal perto de mim, e eu lá tranquilamente vendo as nuvens, amei, mil vezes amei...
Amanhã estarei voando novamente já é a minha terceira vez, mas quer saber estou com o friozinho na barriga como se fosse a primeira vez. Agora entendi porque gostei tanto de andar de avião, porque já vivia andando nas nuvens faz tempo...
Bem pessoal o blog vai ficar um pouco fora do ar, pois estarei fazendo tratamento lá no Sarah, não sei quanto tempo de tratamento, e nem sei se lá tem internet, mas prometo que assim que voltar de viagem, trarei na bagagem muitas novidades e histórias pra compartilhar com vocês, até lá cuidem-se, fiquem com Deus e aproveite à VIDA!!
Beijos cheios de saudades...
Paula Ravenala 


16.8.15

Traquinagem na Cozinha = Queimadura!!

Olá Pessoal...
Vocês estão lembrados que comentei sobre a queimadura que sofri?  Pois bem vou contar pra vocês como foi que isso aconteceu... Antes de mais nada isso foi a um ano, estou sarada, só queria contar a vocês como foi essa traquinagem na cozinha.
Eu moro sozinha já vai fazer 3 anos como muito de vocês já sabem, o que mais gosto de fazer é cozinhar, pegar uma receita na internet tentar da o meu toque, inventar, mas sempre existe aquele dia que você está com uma preguiça e vai deixando o tempo passar pra fazer as coisas, principalmente se alimentar.
Eu lembro que neste dia foi um desses dias de preguiça, era uma quarta feira, eu tinha ido passar a mensagem na Igreja Adventista do Sétimo Dia, quando cheguei em casa por volta das 21:30 quase 22:00, resolvi primeiro ir dar uma olhada no Facebook e WhatsApp antes de me alimentar, nisso as horas foram passando, quando era 00:30 a fome apertou, decidir ir fazer o famoso "miojo" porque é mais rápido.
Só que eu não consigo mais comer somente o "miojo" com tempero, tenho que "adubá-lo" com verduras e alguma coisa mais, nesse dia resolvi fazer uma sopa de miojo a exatamente 00:30.Coloquei no fogo, peguei o prato e coloquei nas pernas, sem nenhum pano embaixo para proteger minhas pernas e barriga, assim que o miojo terminou de cozinhar, tirei do fogo, segurando a panela com as duas mãos, e coloquei no prato que estava encima das minhas pernas. Quem convive comigo sabe que tenho muito espasmos(tremores nas pernas), quando o prato começou a esquentar, as pernas não contou conversa, começaram a tremerem, nisso o prato virou e foi uma coisa tão rápida que eu ainda estava segurando a panela, não deu tempo de segurar o prato, o caldo do miojo caiu todo sobre a minha barriga e coxas, por cima da minha roupa de dormir.
Naquele momento por não ter muita sensibilidade abaixo do umbigo, por causa da lesão da medula, comecei a sentir como se fossem agulhas na minha barriga e nas coxas beliscões.
Pensei comigo não foi nada demais, foi por cima da roupa, isso já de madrugada, tirei a roupa e me joguei embaixo do chuveiro com água gelada, no corpo todo, na hora que passei a mão na barriga a pele veio junto.
 Foi neste momento que me dei conta da gravidade da queimadura, e as coxas começaram a ficar vermelhas e com bolhas, pensa que liguei pra alguém pedido ajuda ou socorro? Não, pensei já é de madrugada se eu ligar pra minha mãe, ela é capaz de ter um troço, os vizinhos dormindo, vou me deitar e esperar amanhecer.
Foi exatamente isso que fiz, vestir uma camisola, fiquei meio que sentada na cama, e começaram as picadas de agulhas aumentarem e os beliscões serem mais fortes, realmente comecei a sentir um pouco de dor, orei ao Senhor pedindo que eu adormece-se pelo menos até ao amanhecer, e adormeci.
Quando foi de manhã que liguei pra minha mãe avisando, a bronca que ela me deu, depois  fomos ligar pra SAMU,  fui pro hospital fiz os curativos necessários, foi quando me dei conta realmente do que eu tinha aprontado, fiquei de repouso absoluto na casa da minha mãe, deitada, por quase 2 meses, mas nada que o cuidado e dengo de mãe não cure!!
E logo estava boa em casa, mas quando olho as cicatrizes, lembro -me que lugar de traquinagem não é na cozinha, e que não foi por ser cadeirante e morar sozinha que me queimei, foi por descuido e preguiça da minha parte, poderia ter acontecido com qualquer um. Aprendi a lição nada nas pernas, tudo na mesa, pia ou fogão, atenção um pouco redobrada, mas ainda me queimo, porque qualquer um tem marcas das suas traquinagens!! 
Lembrem-se nada de traquinar na cozinha...
Beijos
Paula Ravenala

14.8.15

Ferrari Motorizada!!

Olá Pessoal!!
Olha eu de novo aqui, porque contei muito resumidamente as novidades, e sentir a necessidade de compartilhar melhor com vocês, como foi que essas novidades aconteceram, principalmente essa da cadeira motorizada.
Bem todos sabem que sou de andar muito, não paro quieta em casa, saiu mesmo, vou pra Shopping, pra praia, visitar os amigos, viajo, mas isso tudo eu fazia com minha cadeira comum, funcional.
Mas eu moro muito longe do ponto de ônibus, tendo que subir uma passarela pra chegar no ponto, e isso estava exigindo muito de mim, ainda  mais eu que sempre fui acomodada e acostumada com alguém empurrando minha cadeira de rodas. Então depois da decepção de ter feito todo procedimento jurídico e não ter dado certo, fiquei desanimada, meio triste achando que cadeira motorizada era um sonho que não seria alcançado.
Foi quando minha fisioterapeuta Viviane na época, me avisou que existia uma lei pelo SUS que eles estavam disponibilizando junto a Secretaria Estadual de Saúde, cadeiras motorizadas, e ela se informou de tudo que era necessário e fez questão de me avisar.
Era necessário xerox de RG, CPF, Cartão do SUS, Comprovante de Residência e um laudo de uma Terapeuta Ocupacional, providenciei tudo, e quando fui tirar as medidas da cadeira fiquei tão feliz, com 3 meses que tinha dado entrada pela APAE Maceió, recebo a notícia que tinha uma cadeira de rodas compatível com as minhas medidas e padrão que atendia minha limitação.
Fui lá na loja conferir, enchi o saco do homem com um monte de perguntas, queria saber tudo e claro já queria dar uma voltinha, com uma semana depois ele fez a entrega da cadeira.
Vocês nem imaginam a minha felicidade, ela era muito mais do que eu imaginava, quando eu sentei nela pela primeira vez, que fui dar o meu primeiro rolé nela, nossa me sentir tão bem, tão livre, tão tão...
Trouxe ela pra casa, e o medo de sair com ela pela pista, e meu instrutor particular, meu irmão mais novo Samuel, foi comigo na minha primeira aventura, ele do meu lado só como segurança e falando vai devagar, melhor pelo outro lado, acelere, não tire a mão assim tão rápido, olhe os lados antes de atravessar, me ajudou muito, depois claro deixei ele pra traz, porque tinha que acelerar e ver o que ela aguentava, foi uma benção, um sonho que se realizou!! Deus sempre cumpri seus sonhos na minha vida!!
Agora, imaginem vocês se antes eu andava, agora então... Minha mãe fica dizendo que agora ninguém me segura mais!!
Agora posso dizer que estou de Ferrari Motorizada!!
Beijos...
Paula Ravenala.



13.8.15

Não Existe Limite para Amar... Para o Amor!!




Olá Pessoal!!


Quanto tempo não apareço por aqui não é? Mas como dizem, quem é vivo sempre aparece(rsrs).


Bem, tanta coisa aconteceu desde a minha ultima postagem, que vou ter que resumir (complicado já que gosto de contar os mínimos detalhes), mas prometo que vou tentar.


Eu ganhei uma cadeira motorizada, eu sofri uma queimadura, mas não se preocupem já estou ótima, conheci várias pessoas, retomei hábitos antigos, conquistei outros e viajei de avião pela primeira vez. Viram como eu conseguir resumir bem as novidades... Me superei... (kkkkkkkkkk)


Mas o que eu gostaria de dividir com vocês, foi sobre uma experiência que vivenciei e que me marcou bastante. Todos sabem que sou uma pessoa que faz de tudo pra provar a independência e que pode fazer dentro do possível tudo, mas que as vezes precisa de ajuda, mas não sabe pedir e muito menos admitir que precisa.


Bem, sexta feira passada estava eu, em um mercadinho próximo da minha casa, pra comprar alguns ingredientes pra fazer um bolo de chocolate, assim que entro nesse mercadinho, a filha de uma colega minha, que me chama de tia, veio correndo na minha direção, e foi logo se a posando da minha cadeira de rodas pra empurrar, não sou de negar que uma criança empurre minha cadeira, deixei, mas o que me chamou a atenção foi que ela me perguntou: - "Tia, a sra. quer que eu lhe ajude? O que a sra. precisar eu pego, ou lhe ajudo a lhe levantar pra pegar, vou ficar lhe ajudando até a hora que minha mãe terminar de fazer as compras dela."


Nisso teve uma hora que não dava pra cadeira de rodas passar, pois tinha um saco no meio, ela mesmo em sua inocência de criança e na sua limitação de tamanho e força, foi lá empurrou e depois voltou pra puxar minha cadeira de rodas, quando passamos olhou pra mim e disse: "está vendo tia eu sou forte e posso lhe ajudar", e nisso foi comigo pegando as coisas que eu precisava e teve uma hora que a mãe dela à chamou, e ela gritou: "estou aqui ocupada ajudando a tia na cadeira dela, espere um pouquinho mamãe", nisso foi comigo até o caixa e depois disse: "Tchau tia obrigada por me deixar lhe ajudar foi muito legal!!".


Aquilo me emocionou, pois eu que sempre quero fazer tudo sozinha, não sou muito de pedir ajuda, arrumei uma ajudante de primeira, mesmo sendo eu adulta e ela a criança, me mostrou que não existe limite para amar, e me mostrou através da sua ajuda, o quanto me ama... E eu parei pra pensar, quantas vezes me recuso em ajudar alguém? Pensando ah! aquela pessoa consegue fazer aquilo sozinha. Ou isso não me cabe, não é da minha conta!! Mas aquela criança não quis saber se eu queria ou podia, ela simplesmente me ajudou!! Muitas vezes, fechamos nossos olhos para as necessidades das outras pessoas, e nem precisamos ir muito longe para ajudar alguém, talvez tenha alguém bem ao seu lado, precisando de apenas uma palavra ou que você empreste seu ombro pra chorar, que você carregue as sacolas das compras, que ceda seu lugar no ônibus ou que segure a mochila ou caderno, pequenos atos de ajuda, poderia modificar ou marcar a vida de alguém!! Obrigada Princesinha da Tia por me mostrar que sim eu preciso de ajuda algumas vezes, e que posso também oferecer ajuda!! Porque não existe limite para Amar... Muito menos para o AMOR.....


Beijos


Até a próxima


Paula Ravenala







A minha missão de vida, é lutar por Acessibilidade!!!

  Olá Pessoal!!! Como vocês estão? Espero que bem, eu estou entre meus altos e baixos, dias bem e dias doente. O bom que tudo é passageiro, ...